Papo Poeta

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

ERA NOITE

Era noite
E a minha porta bateu de leve,
Deu passagem para o visitante noturno
E uma rajada de vento suave.

Ergo o rosto pra um beijo cálido e oportuno,
Nos olhos entrevejo uma promessa a sorrir,
Sei que depois do prazer irás partir...

Me iludo como uma criança carente
Que sabe que a saudade em fim se sente,
Mas insiste em provocar um brinquedo,
Inusitado e sutil como um segredo.

Nosso amor, tão leal e legal,
Se faz irreal, ilegal,
Pois chegas sempre tarde do trabalho,
Sempre com isto me atrapalho...

Sei que vens depois que as crianças dormem,
E elas dormem a perguntar por ti, e sé é feriado,
E quando chegas o enfado e tristeza somem,
Dando lugar a minha fome e dormes ao meu lado.

Ainda te vejo cansado, olhar triste do correr diário
Chega logo nosso descanso esperado, amanhã já é sábado
E sabes que és amado,
E já não tens mais horário...

Era noite quando te senti chegar,
O vento leve que entrou contigo,
Mexeu de leve comigo,
É sempre uma promessa de amar...

ELISABETH LORENA ALVES

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