Papo Poeta

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

...


Da mesa do restaurante flutuante se vê o por do sol magnífico,

Emoldurado pelo encontro das águas do rio,

A divisão do escuro e do barrento,

Ouve-se o som da correnteza a levar os mistérios de suas lendas,


Estão a sós neste flutuante,

As mesas vazias com toalhas verdes,

As orquídeas ornamentando o ambiente,

Água e céu por todos os lados


No chapéu de palha uma rede branca convidativa

A beleza indígena da morena o chama,

Ele a pega em seus braços,

E a embala em sua emoção ,

Despe suas vestes no ritmo do rio,

No vai e vem da rede o encontro se dá,


Perde-se em seus cabelos negros,

E no seu corpo marcado pelo sol,

A pele morena encontra-se com a branca,

A cigarra canta que a noite chegará,


As vitórias-régias enfeitam a água,

Iaci vem iluminar o céu,

E chama as estrelas para emoldurar...

O amor terreno feito sob as águas


O rio fala baixinho para a cigarra se calar.

Yara chama de volta os botos que mergulham curiosos,

Um uirapuru canta sua melodia,

O banzeiro agita o flutuante,

A rede pega o seu ritmo,

Continua no embalo de seus desejos,

Eles nem percebem


São personagens de uma lenda,

A índia de cabelos negros que seduz o branco

O Encontro das águas e a floresta amazônica,

Sob a brisa do rio ácido,

Ela revela os seus mistérios e ele adormece entre seus seios,

A natureza embala o sono de ambos numa sinfonia divinal

Eles sonham...

E encontram-se suas almas...
Jane Eyre

Um comentário:

  1. Jane
    Ai que saudades de Iracema, doces lábios de mel...
    Fico aqui imaginando este doce encontro de corpo e almas distintos, mas que juntos, tornam - se um, em busca do prazer.
    Consegues impor poesia a algo que outros tornariam até doentio de tão erótico.
    Beleza
    Elis

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