Da mesa do restaurante flutuante se vê o por do sol magnífico,
Emoldurado pelo encontro das águas do rio,
A divisão do escuro e do barrento,
Ouve-se o som da correnteza a levar os mistérios de suas lendas,
Estão a sós neste flutuante,
As mesas vazias com toalhas verdes,
As orquídeas ornamentando o ambiente,
Água e céu por todos os lados
No chapéu de palha uma rede branca convidativa
A beleza indígena da morena o chama,
Ele a pega em seus braços,
E a embala em sua emoção ,
Despe suas vestes no ritmo do rio,
No vai e vem da rede o encontro se dá,
Perde-se em seus cabelos negros,
E no seu corpo marcado pelo sol,
A pele morena encontra-se com a branca,
A cigarra canta que a noite chegará,
As vitórias-régias enfeitam a água,
Iaci vem iluminar o céu,
E chama as estrelas para emoldurar...
O amor terreno feito sob as águas
O rio fala baixinho para a cigarra se calar.
Yara chama de volta os botos que mergulham curiosos,
Um uirapuru canta sua melodia,
O banzeiro agita o flutuante,
A rede pega o seu ritmo,
Continua no embalo de seus desejos,
Eles nem percebem
São personagens de uma lenda,
A índia de cabelos negros que seduz o branco
O Encontro das águas e a floresta amazônica,
Sob a brisa do rio ácido,
Ela revela os seus mistérios e ele adormece entre seus seios,
A natureza embala o sono de ambos numa sinfonia divinal
Eles sonham...
E encontram-se suas almas...
Jane Eyre
Jane
ResponderExcluirAi que saudades de Iracema, doces lábios de mel...
Fico aqui imaginando este doce encontro de corpo e almas distintos, mas que juntos, tornam - se um, em busca do prazer.
Consegues impor poesia a algo que outros tornariam até doentio de tão erótico.
Beleza
Elis